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A ver o que Samir Xaud fará na CBF de agora até 2029

2025-05-27 IDOPRESS

Carlo Ancelotti e Samir Xaud na apresentação e convocação do treinador da seleção brasileira — Foto: Alexandre Cassiano

Só uma pessoa neste país tem o direito de não estar entusiasmada com a chegada de Carlo Ancelotti à seleção brasileira. Ednaldo Rodrigues. O cartola negociou,renegociou,esperou e viu o técnico ser recebido por Samir Xaud,recém-empossado presidente da CBF. De resto,quem não está satisfeito ficou maluco ou deixou o ceticismo tomar conta do que não devia.

Mas não é dessa empolgação com o treinador italiano que escrevo,pois,para falar de bola,há cronistas mais capacitados. Chama a atenção,no início da jornada do dirigente,as promessas extracampo. Samir diz que vai reduzir os Estaduais de 16 para 11 datas,viabilizar a liga de clubes e profissionalizar a arbitragem. Essas,sim,falas que devem deixar o ouvinte um tanto cético,ainda pela falta de detalhamento no plano e histórico de ação. Ainda assim,há luz.

Passei o último fim de semana afundado nas demonstrações contábeis de federações estaduais e atesto com tranquilidade: só há uma entidade nessa esfera que ainda se beneficie dessas competições como elas são. A paulista. São Paulo faturou no ano passado R$ 116 milhões,dos quais R$ 77 milhões oriundos dos direitos de transmissão e de patrocínios. Rio de Janeiro,Minas Gerais e Rio Grande do Sul,somadas,faturam menos do que a prima rica.

A realidade grosseira das federações gira em torno de R$ 5 milhões em faturamento por ano,a maior parte originada no repasse que a CBF faz para todas,entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. O resto vem de taxas para registro de clubes e atletas,multas,uma merreca de patrocínio. Quando há um clube do Estado na Série A,a taxa da federação sobre as bilheterias dele fazem alguma diferença. Mas não muita. A cearense,por exemplo,faturou R$ 10 milhões em 2025.

Por que,de repente,falo de dinheiro das federações? Pois é disso que depende a mudança do calendário e a reformulação dos Estaduais. Quando Samir diz que vai reduzir a quantidade de datas,ele causa um problema para Reinaldo Carneiro Bastos,presidente da federação paulista,porque esta depende dos jogos para arrecadar com direitos de transmissão,patrocínios e bilheterias — receitas dos clubes,das quais ela morde um naco. Mas essa é a realidade paulista.

Todas as outras federações se mantiveram fiéis aos Estaduais porque,bem,é o que tem para hoje. De um jeito ou de outro,eles ainda dão protagonismo a essas entidades por três ou quatro meses do ano. Agora,abre-se a janela de oportunidade para que elas revejam seus papéis no ecossistema do futebol. Essas competições podem ser vias de acesso para a Série D,sem a participação dos clubes grandes,ou com a entrada deles só para o mata-mata decisivo.

Se o problema é dinheiro,senhoras e senhores,trago boas novas. A CBF tem R$ 2,4 bilhões em caixa. Só os juros que essas aplicações rendem são suficientes para aumentar os repasses a todas as federações,que,por sua vez,podem subsidiar os seus clubes filiados. E,se o problema era político,Reinaldo está no campo oposto de Samir e aliados. Nem amigo do poder ele é.

O recém-empossado presidente da confederação está curtindo o lado bom do cargo: afago no Ancelotti,convocação de seleção,promessas públicas para o futebol que ninguém,ou quase ninguém,discorda. Dinheiro e terreno político para implementar o que tem dito,existe,como se percebe no caso do calendário. A ver o que Samir Xaud fará na CBF,daqui até 2029.

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